O Sacerdote e o Praticante
- Mário Kássio
- 5 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Recentemente a Lua Serena lançou um vídeo (veja aqui: https://goo.gl/pLMoKU ) com membros de seu grupo a: Tathi Aracne e a Rebeca Lemh. O vídeo é super interessante e comentam sobre como é ser bruxa em família e as dificuldades de criar um filho no meio pagão. Uma delas levanta a questão sobre como as pessoas levam a bruxaria como sacerdócio e aqueles que só a praticam. Fiquei refletindo sobre isso e pensei em reativar o blog para discutirmos sobre o tema.
Lembrando que o que está escrito aqui é uma visão pessoal minha e não tem como missão ditar nenhum tipo de regra e sim aumentar o (bom) debate sobre o tema. Muitos dizem que a Bruxaria e o Paganismo são caminhos de pessoas escolhidas, que “ouvem o chamado”. Muitos bruxos e pagãos se denominam sacerdotes de determinadas divindades, seja esse título lhe atribuído através de um iniciador ou em sua Jornada Solitária. Mas será que esses caminhos podem ser trilhados somente por sacerdotes? Fico imaginando se as pessoas que conheceram a bruxaria e depois deixaram seus estudos de lado, será que não o fizeram porque não se encaixavam no que se espera de um sacerdote: dons mediúnicos, conhecimento em diversas áreas, capacidade de liderar um grupo e muitos outras coisas? Pensem nas outras religiões. Nelas existe um sacerdote a frente mas existem diversos praticantes que comungam da mesma visão que ele. Os praticantes normalmente têm sua devoção, fazem seus ritos diários (oração, libação, meditação...) mas depois seguem suas vidas normalmente. Um sacerdote está sempre aberto à servir sua comunidade e na maioria das vezes seu dever com a Divindade está acima de seus compromissos pessoais.
Pensem nas civilizações antigas e talvez fique mais fácil de visualizar esse ponto de vista: em todas elas haviam sacerdotes que cuidavam dos templos e existiam os praticantes em suas casas e que vez ou outras ia ao templo ofertar algo como agradecimento ou fazer seus pedidos.
Acho que está na hora de aceitarmos que nem todo bruxo ou pagão será um sacerdote e aceitarmos os simpatizantes de nossa comunidade em nossos círculos, independentemente se ele vai querer se aprofundar nos Estudos dos Mistérios ou se só aparece ocasionalmente nas celebrações para agradecer por algo. Quem sabe não é esse o caminho para acabarmos com a intolerância e a ignorância acerca de nossos cultos e práticas? Claro que cada caso é um caso pois existem pessoas de má índole que se aproveitam do acolhimento do grupo. Na Tradição qual eu fazia parte, sempre acolhíamos os que tinham interesse em conhecer um pouco mas sobre as praticas e o sacro-oficio. Deixe os Deuses lhe guiarem :) Abençoados Sejamos ☼

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